segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Dabke



Desde os tempos dos fenícios (cerca de 4.000 a.C.), antes de forros estáveis serem instalados nos lares Libaneses, os telhados planos eram feitos de galhos de árvores que eram tapados com barro.  Quando vinha a mudança de estação, especialmente o inverno, o barro rachava e começavam as goteiras e infiltrações, para que isso não ocorresse era necessário um conserto.
Como era um trabalho árduo, o proprietário da casa chamava seus vizinhos e juntos eles subiam no telhado e batiam o barro com os pés fazendo com que penetrasse em todas as frestas, a fim de evitar os vazamentos. Por ser um trabalho desgastante, eles tocavam Derbake e uma flauta Mijwiz para dar ânimo e assim podiam compactar os telhados de suas aldeias e das aldeias vizinhas, mesmo sob o frio e a chuva. Mais tarde, um rolo de pedra substituiu os homens que, no entanto, já acostumados, continuavam a bater os pés nas ruas da aldeia. Hoje o Dabke é performance em toda casa Libanesa. O Dabke anima a vida, quando amigos e parentes se juntam em volta do mezze Libanês com arak ou vinho e começam a praticar a dança.

A palavra dabke significa “bater o pé no chão”. É dançado no Líbano, Síria, Jordânia e Palestina. Pode ser feito só por homens, só por mulheres ou por ambos, dependendo da tradição local. É feito em filas que podem se quebrar em formações. Os dançarinos podem dar as mãos ou colocá-las no quadril, com os cotovelos para fora. O líder é quem determina os passos da dança, guiando da ponta da fila girando seu lenço branco no tempo da batida. Quando os outros dançarinos estão acompanhando devidamente, ele começa a enfeitar o passo que acabou de criar com pulos, giros e viradas em que for hábil. Ele pode sair da fila e se mover nela para fazer passos sozinho ou desafiar os outros a dançarem sozinhos. O líder fica na ponta direita da fila, mas há pelo menos uma exceção notável, que é a “hora/debka” israelita, onde o líder fica na ponta esquerda da fila e esta move na direção oposta. Os movimentos dos dançarinos variam de uma pisada à frente a um passo contínuo simples, dobrar o joelho várias vezes, uma combinação de pulo e chute e o batimento ritmado com o pé. Há também pulos, saltos e movimentos trabalhados com os pés. O líder pode rodar um guardanapo ou lencinho. O sentimento (sensação) da dança é ditado pelos músicos – particularmente o flautista tocando o Nai – e pelo RAS (líder). A vantagem da flauta na dança é que aquele que a toca também pode participar. Às vezes seu toque parece levar os dançarinos a um transe onde eles andam arrastando e sacudindo por muito tempo sem mudar o passo. Outras vezes ele pode incentivar pulos e gritos até a exaustão. Essa dança é realizada por grupos profissionais em apresentações e também por pessoas comuns em casamentos e festas. É gostosa de dançar e linda de assistir. Há semelhanças com outras danças, como o Hasapiko rápido grego (não o Vari Hasapiko), Macedonian Oro, Bulgarian Horo, que são todos baseados no mesmo padrão passo-passo-passo-chute-passo-chute. Ás vezes é dançado com um bastão, mas que não tem nenhuma relação com o Tahtib ou dança da bengala  (Saidi). Conta-se que quando um galho reto de oliva é encontrado é considerado sinal de boa sorte. O ramo pode ser retirado da árvore e esculpido em forma de uma bengala sem gancho, geralmente em espiral. Então ele é levado durante a dança e pode ser balançado ou segurado no alto símbolizando boa sorte.

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